sábado, 4 de julho de 2015

O doce de caju de tio Cacau .



Morava eu, minha mãe Celia ; Luciano meu irmão , Ane minha irmã caçula na época e só depois apareceu Thais . A casa era bem simples dois quartos, sala, cozinha, e o banheiro ficava do lado de fora da casa.
Pelo fato da cozinha ser pequena, uma parte dos condimentos ficava no meu quarto, dormíamos eu e Luciano em um beliche e uma boa parte das panelas ficavam amontoadas no quarto. 
Na época nosso tio, Carlos Alberto (Cacau), morava em São Paulo e minha Mãe era apaixonada por esse irmão, na verdade era assim com todos, ciumenta do modo dela e queria tudo e todos por perto.
Para agradar ao meu tio Cacau, que gostava muito de doce de caju, mãe preparou dois potes de cinco litro de doce de caju com bastante carinho e bem concentrado. Encheu os dois potes e armazenou bem do lado da minha cama. Por meses esses doces ficaram me desafiando e todas as noites eu acariciava aqueles dois potes de doces, sabia que não iria resistir por muito tempo.
Uma bela noite depois de ter levado uma surra, motivo pelo qual agora não lembro, resolvi apreciar apenas um caju do primeiro pote e dai em diante fiquei viciado no doce de caju e com pouco tempo veio o segundo pote até só restar um caju bem robusto no final dele.
Comi com a maior satisfação, parecia ser um mais gostoso do que o outro, ao terminar fechei bem o pote e coloquei alguns panos cobrindo os potes vazios.
Passado muito tempo vieram alguns parentes nosso de São Paulo e Mãe resolveu mandar vários produtos para nosso tio Cacau, castanha de caju, farinha de mandioca, jaca dura, abacate e por fim os doces de caju . Quando chegou no quarto para pegar os potes deu para se ouvir os gritos de longe "Biiiiiiiiinnnnho!" e eu já sabia. Levei vários cipós que a surra já estava anunciada e o couro comeu até uns dias, hoje eu odeio doce de caju.
CSF


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